A FIDELIDADE PSÍQUICA
Quando
o Ser Humano torna-se consciente, descobre que a repetição de seus conflitos e
aflições tem uma causa antiga.
Esta
causa se chama fidelidade psíquica.
Na
visão holística, o Ser Integral que abrange o Ser espiritual, mental, emocional
e físico, traz de outras existências, a repetição inconsciente de padrões mentais
que se manifestam em seus pensamentos e atitudes.
Esta
repetição acontecerá sempre da mesma maneira, e os efeitos se somatizam
causando as mesmas doenças emocionais ou físicas.
Esta
fidelidade está arraigada fortemente no
inconsciente, acompanhando-nos por sofridas gerações, e de difícil cura, porque
não há a percepção consciente, clara e nítida de sua origem.
Para
que se consiga se libertar desse compromisso fiel prejudicial, precisamos mais
do que querer, desejar ou se esforçar, precisamos tratar a causa, a alma!
Somos
seres imortais que vivenciamos experiências corporais, na maioria das vezes
mergulhada no instinto e nas sensações, não percebendo a necessidade do
autodespertar, acreditando que o problema sempre é externo.
Hoje
vivemos as consequências desta fidelidade, atraindo pessoas e situações que
acreditamos serem “carmas”, “azar”, “pragas”.
Para
se interromper este ciclo adoecido das mesmas complicações, precisará haver um
comprometimento consigo, um mergulho profundo nas emoções adoecidas, a coragem
em pisar em minas perigosas, mas necessárias serem desarmadas.
O
relato de sintomas como mágoa, ansiedade, depressão, dores, alergias,
síndromes, doenças autoimunes, só se curarão após o desapego consciente desta
fidelidade.
As
informações adormecidas no inconsciente, quando acionadas, revelam esta repetição,
como se fossem um componente necessário à Vida.
Mas
quando o Ser conscientemente se descobre, percebe que pode e deve transformar
estes comportamentos.
A
fidelidade psíquica se revela na dificuldade da evolução do pensamento
religioso, na necessidade de guerras e destruição para se ter o poder. Nas
escolhas infelizes de aborto ou suicídio, no uso de drogas nocivas, na alimentação
maléfica, no uso de produtos destruidores da natureza, na falta de respeito com
os animais, na necessidade doentia de enganar e superar os semelhantes, e o
sintoma mais fidedigno desta fidelidade se chama VAIDADE.
A
vaidade nos acompanha há muitas eras.
Hoje
ela é mais evidente pelo acesso rápido que a tecnologia nos proporciona.
A
corrupção que tanto nos indigna, só permanece pela fidelidade psíquica que
trazemos enrustida.
Não
serão as leis humanas que cessarão a corrupção, o descaso com a educação, a
segurança e a saúde.
Somente
quando cada Ser Humano se perceber imortal, responsável único por seu
comportamento mental e emocional, fortemente desejar viver plenamente sua humanidade em favor e não
contra aos seus semelhantes, evoluiremos com maior rapidez.
Enquanto
nos queixarmos do “outro”, do externo, tudo permanecerá do mesmo jeito
internamente.
Hoje,
a genética manipula os genes evitando doenças, mas ainda não consegue manipular
o espírito, pois este, depende da vontade consciente de cada Ser.
A
repetição de um padrão que nos desagrada é a bagagem trazida ao nascermos. Caso
não nos desfaçamos dela, a levaremos para a próxima experiência.
Na
minha experiência profissional holística, um sintoma só é tratado e curado pelo
próprio paciente.
Ao
se descobrir capaz de se libertar, de seguir sua jornada sem culpa, raiva,
mágoa, medo, sente-se pleno, saudável, entusiasmado, vive em harmonia com a
natureza, percebe-se ser integral do universo, caminha firme, mas confortável
nas pegadas iluminadas pelos grandes mestres que aqui já estiveram.
Conecta-se
com a sua essência divina, compreendendo o criador, exercitando a cada inspiração
o sentimento de gratidão, e sem temores, entrega-se à Vida, sem sofismas, sem subterfúgios,
com controle do Ego e abertura total da Alma.
O
jovem Francisco de Assis, quando começou a sua busca espiritual, se curando da
fidelidade psíquica que o prejudicava, em certa manhã ao orar em uma pequena
igrejinha onde gostava de conversar com Deus, disse: “Glorioso e grande Deus! Vós que sois a luz do mundo, ponde claridade,
eu vos suplico, nos abismos escuros do meu espírito. Dai-me três presentes: a
fé, firme como uma espada; a esperança, larga como o mundo; o amor, profundo
como o mar. Além disso, meu querido Senhor, peço-vos ainda um favor: que todas
as manhãs, ao raiar da aurora, amanheça como um sol diante de minha vista a
vossa santíssima vontade para que eu caminhe sempre em vossa luz...”
Ainda
estamos longe da santidade, não é esta a nossa busca, mas podemos e devemos
aprender com os ditos Santos, Mestres, porque são Seres despertos, desapegados
totalmente do psiquismo repetitivo e sofredor, tendo como causa principal o
Egoísmo.
O
Ego, adoecido, gera egoísmo, que gera dores e sofrimentos.
Quando
percebermos isto, seremos apenas fiéis à nossa essência, ao criador e à sua magnífica
criação.
Lorete
Abourihan
Terapeuta
Holística